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O clichê da busca pelo amor e os apps de paquera

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O clichê da busca pelo amor e os apps de paquera  –  Sites de encontros e aplicativos como tinder, happn, bumble se estabeleceram como uma alternativa à forma tradicional de namoro. Quem os usa e por quê? O futuro do amor está em nossos celulares? As tecnologias mudam a forma como vivemos as relações?

O clichê da busca pelo amor e os apps de paquera

Se alguém pode responder a essas perguntas é um estudo sueco que contou com 75 entrevistas a usuários desses aplicativos e estudou diversas pesquisas (algumas com mais de 7.000 respondentes). Por fim, foram analisados 400.000 perfis e 25 milhões de e-mails, agregados e parcialmente censurados, respeitando a confidencialidade dos usuários.

Veja alguns dos resultados e conclusões:

Qual a razão para o sucesso desses sites e apps?

Há provavelmente duas razões. A mais óbvia é a digitalização. Quase todos têm acesso fácil a essas plataformas. Entretanto, a razão fundamental tem sido a mudança que estamos experimentando em nossas vidas íntimas. Existe agora uma maior complexidade no amor e nas relações sexuais. Os jovens adiam o compromisso e acham mais interessante ter encontros casuais, enquanto que, em idades mais avançadas, os casais se separam com mais frequência. Nesse novo contexto, os sites e apps online encontraram um terreno fértil para se proliferar.

Então, a forma como nossos pais se conheceram está desaparecendo?

De forma alguma, ela ainda existe. Além disso, os principais lugares onde novos casais se encontram ainda são os lugares convencionais, como festas com amigos, no trabalho ou na universidade. Acredita-se que mais da metade da população de hoje usa aplicativos de paquera/encontro. Em contraste, os resultados das pesquisas revelam algo muito diferente, que na realidade apenas cerca de 20% dos jovens entre 18 e 65 anos já utilizaram um site de encontros, o que representa cerca de uma em cada três pessoas solteiras.

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Esses aplicativos têm agora um público diversificado: mulheres e homens são usuários, e há poucas diferenças sociais. Eles tendem a ser jovens, de classe média ou alta e principalmente homens.

Gosto de esclarecer que na população jovem solteira há mais homens do que mulheres, porque as mulheres tendem a se comprometer com um parceiro mais cedo, que normalmente também é um homem mais velho. Mas essas são generalizações e há uma grande variedade nesses sites. Por exemplo, descobrimos que os usuários com mais de 50 anos tendem a ser, na maioria das vezes, mulheres. Claro que também há os perfis falsos: tem gente que tenta até vender remédio para libido em apps como o tinder.

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Por que a sensação de que mais casais estão se formando através da internet?

No decorrer da pesquisa, observou-se que houve uma desestigmatização desses aplicativos e que o tabu sobre seu uso vem se desfazendo ao longo dos anos. Ainda há uma certa suspeita, mas agora é possível confessar abertamente a utilização dessas plataformas.

No espaço de dez anos, uma prática tabu tornou-se comum. Esse surpreendente desenvolvimento levou a uma rápida disseminação entre a população e a mídia, o que, por sua vez, ampliou o impacto real desses sites ou apps.

Possíveis consequências

A existência de um lugar privado (e virtual, no caso) dedicado apenas ao encontro causa uma separação entre a esfera social e a vida íntima. Novas gerações estão começando a descobrir que encontrar alguém na universidade ou no trabalho não é o ideal, pois interfere na intimidade e nas relações profissionais. Pensar que flertar nesses lugares não é apropriado é uma nova tendência que não existia antes.

Esses sites ou apps são apenas um primeiro contato e o objetivo é desconectar o relacionamento o mais rápido possível e, em seguida, conhecer um ao outro offline. Os resultados mostram que muitas das relações que emergem rapidamente se tornam sexuais, e apenas uma minoria acaba se tornando parceira a longo prazo.

Outra coisa que também é muito clara é que há uma aceleração na formação de um casal. Essas variações são observadas principalmente no início, pois uma vez estabelecida a relação, as diferenças com os casais “convencionais” são mínimas.

Essas tendências existem porque há uma imagem sexual em torno desses apps?

Sim, pois há um reforço automático: durante as pesquisas, a maioria das pessoas concordou que os apps levam a encontros casuais. Se você acha que o Tinder tem tudo a ver com essas “aventuras”, já se cria uma certa expectativa.

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Além disso, nesses sites é mais fácil se desligar do outro e romper o relacionamento da noite para o dia sem ter que se explicar. Você pode ser mais rude porque é bem provável que nunca mais volte a ver essa pessoa. Inclusive, lembra que falamos que nos apps tem até gente vendendo produtos sexuais? Pois é. Há quem faz publicidade de produtos como viagra nesses lugares – mas são perfis que devem ser excluídos.

Há outro contexto em que esse fenômeno aparece: destinos de férias. Nesses casos, os encontros também são frequentemente relacionamentos curtos nos quais não damos nenhum sinal de vida depois. Se é pré-estabelecido que um relacionamento nunca se tornará sério, ele vira uma profecia autorrealizável.

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Quantos estão lá para encontrar companheiro e quantos estão procurando relações casuais?

Nos estudos, foram encontradas diferenças de gênero muito variáveis que não podíamos dizer se isso se devia ao fato de homens e mulheres estarem procurando coisas diferentes ou se as mulheres achavam mais difícil dizer ao entrevistador que estavam procurando por sexo. Uma coisa que podemos dizer é que as pessoas acessam esses serviços com diferentes intenções. Alguns estão lá para formar um casal, outros estão procurando um caso e muitos não sabem realmente o que querem.

Todos os gêneros, especialmente as mulheres, experimentam a sexualidade mais honestamente nesses locais, porque a privacidade as impede de serem julgadas pelo ambiente que as rodeia. Para as mulheres, é uma forma de manter intacta sua imagem social e de explorar sua sexualidade em segredo. Os homens, no entanto, não são tão tímidos em falar sobre seus assuntos. Também observamos em conversas que é menos provável que as mulheres façam o primeiro contato.

Como será o futuro dos relacionamentos?

Provavelmente nunca chegaremos a 100% dos usuários de aplicativos de namoro. A sedução desaparecerá de certos lugares, mas sempre haverá encontros em outros locais que não a internet. O que resta ver são as consequências, se tenderemos cada vez mais a separar as esferas e até que ponto isso se traduzirá em um padrão.

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Qual a maior desvantagem de tinder e cia.?

As pessoas se misturam menos e há menos sociabilidade coletiva, o que é uma consequência inesperada, já que no início pensávamos que a internet nos aproximaria de mais diversidade social. Nos aplicativos de encontros, temos relações mais homogêneas que se mantêm dentro de nossa bolha predefinida – é o mesmo com o Facebook e outras redes sociais. As pessoas não estão conscientes de que estão enfrentando uma visão tendenciosa e não abrangente do mundo.

Conclusão: recomendações a uma pessoa à procura de um parceiro

De uma forma muito pouco romântica, pode-se dizer que encontrar um parceiro é uma questão de probabilidade. Quanto mais chances você tiver de conhecer novas pessoas, mais chances você terá de encontrar um companheiro.

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